Devaneios na Realidade - A Terceira Guerra Mundial pode não ser o fim definitivo
Escrito e ilustrado por Renan Morgado
Nos últimos dias, a crise diplomática na Ucrânia tem se
arrastado enquanto tropas de ambos os lados se movimentam. Parece o cúmulo de
mais uma década de ameaças e desconfianças controladas somente pela ameaça da
destruição mútua por armas nucleares. Mas era o mesmo medo durante as décadas antes
da Primeira Guerra Mundial, que uma guerra seria desastrosa demais para ser
iniciada. Infelizmente, a realidade foi a teoria de que uma vez iniciada, a
guerra continuaria por um longo tempo, independente dos custos e consequências.
Atualmente, de um lado EUA e Europa garantem retaliação
direta a qualquer movimentação militar para dentro da Ucrânia, e do outro
Rússia exige recuos da OTAN que são suicídios políticos. Uma guerra eclodir na
Europa repercutiria entre as presenças americanas e russas no Oriente-Médio e
África. Além de ser uma oportunidade para China conquistar Taiwan, o que
levaria a escalação do conflito. Parece irreal o cenário como os muitos livros
e filmes de uma terceira guerra mundial. Assim como uma pandemia era. Me parece
como ontem o início dos anos 2010 quando pandemia e teorias da conspiração eram
ideias inofensivas.
Tem surgido em alguns círculos na internet a ideia que discutem
a veracidade de que uma guerra nuclear seria o fim do mundo. O argumento dos
usuários mais extremistas e com interesses reclusos reduzem os efeitos das
armas nucleares a radiação que desaparece logo depois da explosão, como
ideólogos americanos, financiados por indústrias armamentistas, defendem que
uma guerra nuclear mataria “somente” alguns milhões de pessoas.
O vídeo “Se bombardeássemos uma cidade com uma bomba
nuclear” do canal chamado Kurzgesagt – In a Nutshell, usa desenhos e animações
como cartoon para deixar mais acessível os horrores disso. Afirma: “A razão
pela qual nenhum governo quer que você pense em nada disso. É porque não existe
nenhuma resposta humanitária possível para uma explosão nuclear. (...) Isto não
é nenhum furacão, incêndio, terremoto ou acidente nuclear. São todas essas
coisas juntas. Mas piores. Nenhuma nação no mundo está preparada para lidar com
esta situação.” Isso porque uma bomba nuclear não se limita a sua explosão e
radiação direta que desintegram tudo debaixo. A onda de choque é como os ventos
de um furacão, a onda de calor produzida pode incendiar toda uma cidade, a
destruição de infraestrutura como em um terremoto dificulta os esforços de
resgastes. Além que digo que é como uma epidemia também, porque o canal Kurzgesagt
descreve os efeitos da radiação em sobrecarregar os sistemas de saúdes das
cidades próximas.
Portanto, o que quero dizer é que armas nucleares serão
devastadoras se usadas. Para se ter uma ideia se utiliza as imagens e situações
da história biográfica em Gen Pés Descalços ou Hadashi no Gen, filme é de 1983,
onde pessoas foram desintegradas, sobreviventes sofrendo com as queimaduras se
não mortas por descombrose incêndios, além do que chamaram de envenenamento
radioativo. Pesquise as imagens e tente aplicar em uma cidade maior como as
megametrópole de São Paulo, Nova Iork, Paris e outros. As bombas atuais são
muito mais poderosas do que as que caíram sobre Hiroshima e Nagasaki.
Na situação atual, os EUA vêm da derrota no Afeganistão
depois de longas guerras e intervenções no Oriente-Médio e África. Rússia tem
feito intervenções em países vizinhos ou regiões internas, de forma indireta ou
em conflitos armados. Ambos acostumados a guerrear, seus líderes querem se
confirmar a permanência no poder e suas populações acostumadas a desconfiar do
conceito vago que é o inimigo. Na Rússia, não há como falar “não” ao governo ou
protestar contra os cemitérios secretos para os mortos na invasão da Ucrânia.
Nos EUA vigora que o “amem suas tropas”, “apoie e agradeça as tropas”,
protestar contra a guerra é atacar os soldados, produziu desinteresse do porquê
e o que o governo está fazendo. As produções de entretenimento de ambos
idealizam soldados e guerras.
A mídia russa coloca os EUA como agressores e prontos para
invadir a Ucrânia e a sua existência de sua nação, como os americanos estão
acostumados a acreditar que qualquer aventura militar é para garantir a
existência de seu país. Similar ao vídeo de Three Arrows: A Battle of Lies –
Fake News in the Great War, traduzido em: Uma Batalha de Mentiras – Fake News
na Grande Guerra. Descreve histórias fabricadas e exagerações em propagandas
para os esforços de guerra. Como histórias na Alemanha de que agentes
estrangeiros estavam infiltrados ou o perigo de populações civis contra
soldados incentivaram a guerra e muitos crimes de guerra carregados por
paranoia. E como exageros em propagandas de Inglaterra e depois a desculpa da
Inglaterra, fez uma narrativa vigorar na Alemanha de que seus soldados não
fizeram nada de errado. As fabricações em propagandas fizeram ambos os lados
que a guerra era um exorcismo para limpar o mal do mundo e tornaram difícil que
a guerra acabasse em um acordo de companheiros. Muitos especialistas acreditam
que o mundo está em maior perigo pela dificuldade em despolarizar e diminuir a
tensão pela presença de redes sociais que inflamam Fake News e o isolam pessoas
em bolhas que ecoam as mesmas coisas repetidamente.
Quando a Primeira Guerra Mundial se iniciou, todos os
políticos, generais e populações acreditavam que seria rápida como as guerras
Napoleônicas e era como uma aventura com poucas baixas como as guerras
coloniais as quais se acostumaram e ignoraram a presença e poder de fogo das
metralhadoras em apenas um lado, do que eram na verdade massacres. Eles ignoraram
a Guerra de Secessão Americana e a Guerra Russo-Japonesa, as quais foram longas
e lentas, entre nações poderosas, com má liderança, péssimos planos que não entendem
as novas tecnologias e baixas em milhares de vida.
Em 2020, aconteceu o conflito Nagorno-Karabakh mostrou o poder
de drones para apoiar forças convencionais. Armênia tinha forças superiores em
qualidade das tropas e lideranças capacitadas, mas não tinha sistemas adequados
para bloquear e se defender de drones que são menores e mais lentos do que
aviões a jato. Os drones providenciaram inteligência acurada e rápida para
artilharias e ataques aéreos, ou os próprios drones e drones suicidas, contra
infraestruturas e pontos fortes para enfraquecer defesas e ataca-las isoladas. Armênia acabou perdendo o conflito que envolveu também a troca de ataques de mísseis balísticos até contra as capitais destes países. O Domo de Ferro de Israel interceptou grande parte dos foguetes de 2021, mas
não todos. A grande quantidade e melhorias aerodinâmicas dos foguetes foram a
estratégia para tentar ultrapassar este sistema de defesa.
Rússia já tem usado ataques cibernéticos em massa contra Estônia
em 2007 e antes de invadir Geórgia em 2008. EUA desligou todas as comunicações
de Iraque antes da invasão em 2003. Ambos foram contra países com recursos e
desenvolvimentos inferiores. Os EUA e Rússia tem enfrentando somente países
subdesenvolvido e guerrilhas com poucos recursos, contando com supremacia aérea
e melhores meios de comunicação e inteligência. Enquanto ambos e outras
potências tem pesquisando em tecnologias “stealth” para invisibilidade em
radares, inteligência artificial, capacidades cibernéticas, Fake News e Deep
Fakes, robóticas, armamentos de precisão, drones, mísseis para abater satélites
e outros.
O livro “O Horror da Guerra - Uma Provocativa Análise da
Primeira Guerra Mundial”, de Niall Ferguson, tem uma descrição das teorias,
acadêmicas e em histórias de ficção, algumas eram pura fantasia ou bastante
próximos da realidade. Havia esperança que os tamanhos dos armamentos e das
perdas econômicas e em vidas. Em realidade foi mais quem pode retardar a
desintegração social venceu a Primeira Guerra Mundial. Assim como o autor diz
que uma vez iniciada a guerra, haveria esperança de que o outro lado ruir
primeiro.
Quando a Terceira Guerra Mundial começar, ataques
cibernéticos seram os primeiros tiros. Provavelmente ninguém no mundo terá
certeza do que está acontecendo de verdade. A queda de todos os meios de
comunicações possíveis, a proliferação de Fake News para enganar e confundir
sobre os motivos e andamentos do conflito. Mísseis abateram os satélites
espiões e de comunicação, os detritos desta escaramuça podem atingir outros
satélites, numa reação em cadeia. A humanidade não poderá realizar mais nenhuma
viagem espacial.
Enquanto mísseis convencionais, um número incontável de
bases na Eurásia e nos Estados Unidos entraram em duelos, entre eles os mísseis
estratégicos ou táticos carregados de bombas nucleares. Estas bombas terríveis
atravessaram defesas, direcionados para bases militares e infraestruturas como
pontes, fábricas, quartéis-generais e outros que estão em ou próximos de
cidades. Principalmente capitais e cidades econômicas. Mesmo as perdas de vida,
os efeitos de longo prazo sobre sobreviventes e futuras gerações, a guerra vai
continuar. Assim como a Primeira Guerra Mundial não parou com as milhares de
pessoas morrendo mais rápido do que as guerras anteriores.
As devastações nucleares, mesmo que nenhuma bomba consiga
alcançar o outro lado do mundo, serão usadas para instar ódio no coração das
pessoas. Vão aumentar o recrutamento de mais soldados, justificar a fabricação
de mais armamentos, a continuação do conflito como a Guerra do Afeganistão se
arrastou e a segunda guerra em Chechênia continua até hoje. Um longo conflito,
lento e sem fim. Pessoas enviadas para as linhas de frente saberão do terror
que pessoas no Oriente-Médio tem sentido da desumanidade fria dos drones. Estarão
fazendo alguma rotineira, despreocupadas ou não, reunidos com companheiros ou
lidando com civis. Para uma explosão apagar tudo. Assim que são as imagens de
drones, vazadas ou em propagandas. Muitos erros de identificação de civis ou
inimigos. Ataques cibernéticos pode interferir em sistemas para fogo amigo
acontecerem, ou fazer com que soldados bombardeiem tudo que virem e pensarem
que contém inimigos.
Sistemas de mísseis e foguetes antitanques e antiaéreos, os
quais custam milhões, abateram veículos produzidos por milhões. Um valor maior
do que gasto para ajudar o mundo durante o vírus e outros atos humanitários.
Uma arma valerá mais do que uma pessoa jamais poderá conseguir em sua vida.
Vida será barata. Furtividade será o caminho desta guerra. Grandes blindados
serão como irmãs para mísseis e drones. Soldados recorreram a táticas de menor
escala e melhor camuflagem entre a população. Civis fazem a maior parte das
mortes a cada guerra moderna e com o uso extensivo de armas autônomas como
drones e de armamentos de uma distância maior que os combatentes não se veem
diretamente, baixas militares serão poucas. Mas ainda assim destrói membros e
mentes de quem participa.
O Brasil se encontra quase como isolado no continente da
América do Sul. Pode haver uma sensação de que essas guerras e tensões são
distantes ou exagerados. Engano. Nuvens radioativas vão vir dos bombardeios
estratégicos e dos campos de batalha. Os efeitos de chuvas envenenadas podem
variar de quase imperceptíveis ao se acumular em organismos ao longo do tempo
ou em devastação de colheitas e danos a pele e olhos.
Guerra submarina entre países vai impactar o comércio
internacional. Pode ser difícil diferenciar o que é um navio comercial ou navio
com mísseis escondidos em contêineres, a navegação será restrita ou
inexistente. E infraestruturas de diversos países forem destruídos ou restritas
para uso militar, boa parte dos investimentos será voltada para a guerra. Todas
as exportações de soja e matérias primarias será prejudicado, impedindo a
geração de riqueza. Assim como as importações de produtos industrializados, com
a falta de indústria nacional, haverá escassez de produtos. Unindo-se aos
efeitos da pandemia, haverá maior pobreza, desemprego, doenças e poucos
recursos financeiros.
Quando o conflito em Ucrânia eclodiu em 2014, a população local dizia que nunca pensaram que isso fosse acontecer lá. Os combates se estenderam até hoje que eles se acostumaram como cotidiano. A pandemia era assustadora quando começou, o mundo se acostumou com o número alto de mortes. Como as populações em Grã-Bretanha e Alemanha aprenderam a conviver com os bombardeios a cidades. As populações dos EUA e Rússia se acostumaram a seus governos enviarem cidadãos a morte e a causar mortes. Após a novidade da detonação de armas nucleares, o mundo conviverá com a Terceira Guerra Mundial e suas consequências imagináveis.
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