Crônicas do 2º Apocalipse - Pelo Pós-vida dos Outros

 

 Escrito e ilustrado por Renan Morgado

Os estrondosos barulhos a assustavam e a assombravam como todos ao seu redor que trabalhavam. As cores vivas da grama verde, da terra marrom, do céu azul, a Estrela do Paraíso com seus raios brancos acima do infinito no horizonte. Mas a batalha no outro horizonte a traumatizou. Escuridão, múltiplas luzes, certos aviões sobrevoavam acima, eram aviões feios que as metralhadoras em solo atiravam contra. Esta guerra já tinha alcançado com força o lado oposto daquela cidade. No lado que ela estava, já tinha chegado as bombas. Como a que destruiu a casa onde ela esteve, as marcas das almas que a ajudaram quando acordou aqui hoje de manhã.

Ela ouviu um latido. Um pequeno cachorro ao seu lado. Tinha o olho direito totalmente branco. Ela tinha a íris do olho direito azul e o do esquerdo verde.

- Oi amigo. Você também acabou de chegar? - Ela acolheu o animal. Ele aceitou. - Também não conheço ninguém. Meu nome é Angela, e você… Dogo! Como você se sente? - Ela o acariciou. - Também sinto falta da minha família. Me lembro deles ao meu redor… Antes de eu fechar os meus olhos pela última vez.

Gritos de ordem para se protegerem. Aviões liberando bombas. O alvo eram diretamente a todos no local. Após as explosões, uma correria das almas para encontrar e salvar sobreviventes. Umas almas quiseram verificar se ela e o cachorro estavam bem. Ela garantiu a todos que estavam bem. Uma alma homem subiu em um caminhão e gritou para chamar a todos.

- Venham! Venham! Nós temos um problema! Venham! Pelos rádios, soubemos que uma tropa de monsros vem para este lado da cidade, oeste, para completar o encurralamento de nossas forças que estão lutando lá. - Ele apontou para o horizonte em escuridão. - O batalhão já está recuando e vai chegar em pouco tempo aqui. Mas precisamos parar o avanço dos monsros enquanto eles não chegam. Se não, os monsros vão escravizar, se não matar todos nós. Não importa como e o tamanho do que pode fazer, cada de um nós podemos ajudar para salvar o pós-vida do seu próximo. Vamos!!! Pelo Paraíso!

- Pelo Paraíso! - As almas no local gritaram em uníssono.

Angela não sabia o que fazer. Tinha muito medo. Não sabia o que era esta guerra. Mas todos aqui muito gentis e atenciosos com ela quando ela acabou de acordar neste lugar. Todos estão bem dispostos e determinados a lutar. Ela pode perceber que alguns também temiam a guerra. Apavorados com os aviões acima. Mas queriam ir para lá e ajudar como pudessem. Aquela doença a afligiu cedo demais para ela ter feito alguma coisa em vida, talvez ela pode fazer algo após a sua morte. Dogo parecia concordar com ela.

Ela se aproximou de almas carregando um caminhão.

- Oi, qual o seu nome? - Uma alma mulher, de um braço muito fino, perguntou enquanto carregava caixas.

- Angela. Eu quero ajudar.

- Veste isso. - Uma alma homem, idoso e muito magro, jogou para ela uma armadura como que eles vestiam. - Não deixa você invencível, mas dá um pouco mais de proteção. E meu nome é Resnor.

- Eu sou Layru. - A alma mulher falou enquanto Angela colocou a armadura azulada sobre o vestido branco que uma pessoa, agora inexistente, entregou a ela quando reexistiu.

- Só temos isso. Venham garotos! - Resnor chamou vários cachorros e gatos para entrar no caminhão no resto do espaço.

Angela subiu na caçamba com Layru e Resnor.

-Eles também vão? - Ela se referiu aos animais.

-Toda a ajuda conta. - Resnor acariciou um gato ao seu lado.

- As armas anti-aéreas estão ficando sem munição. - Layru viu as grandes metralhadoras se silenciando e sendo abandonadas. Os aviões conseguiam agir mais e mais impunemente. Bombas liberadas sobre a cidade. Metralhadoras perfurando a terra. - Faz pouco tempo que você acordou aqui, Angela? Após a morte?

- Foi hoje. Algum tempo atrás. - Ela abraçada a Dogo entre os animais.

- Eu e Resnor nos conhecemos a uns duzentos anos aqui quando chegamos do nada nesta guerra.

- Por que esta guerra? Quem são estes monsros?

- É a primeira vez que eu e Layru estamos indo para as linhas de frente, só sabemos pelo que ouvimos. São criaturas muito feias. Vieram do Inferno. Às vezes são chamados de monstros ou demônios.

- Dizem que são restos de carne e osso. Órgãos dentro. Também respiram e têm filhos. São como se fossem seres vivos. - Layru complementou.

- Você sabe atirar? - Resnor perguntou.

- Não.

- Nenhum de nós aqui sabe, nem o motorista. - Layru informou.

O caminhão saiu da estrada sobre o gramado.

- Eles já estão chegando! - O motorista gritou por uma pequena janela.

Podiam ver o campo de batalha. Trincheiras ainda sendo escavadas, mas soldados já as usavam. O cheiro forte de pólvora e terra queimada. As folhas da grama morrendo, inúmeras partículas de luz branca minúsculas subindo e desaparecendo no ar. O terreno guiava para uma montanha próxima. A infinitude do Paraíso permitia ver o céu escurecido e explosões, gigantescas bombas caindo do céu ou sendo lançadas e atiradas, no horizonte com clareza. O exército inimigo chegava, muitos. Soldados correndo ao lado de grande tanques de forma quadrática e larga e estatura baixa. E tinham suporte aéreo.

Um avião metralhou o solo a frente. Muito próximo do veículo. O caminhão parou. Angela se assustou com as partículas de luz em vez do motorista.

- Ele morreu de novo. É o que acontece quando morremos aqui. - Resnor explicou a ela. Layru tocou seu ombro e garantiu que tudo estaria bem.

Saíram do caminhão carregando o que podiam de suprimentos. Pela ordem de Layru, os gatos e cachorros carregaram cartuchos e granadas para distribuírem entre as trincheiras e buracos. Angela entregou cartuchos a soldados que puderam voltar a atirar com rifles e pistolas. Os tiros de inimigos ricocheteavam ou o som passava muito perto das três almas enquanto corriam entre as posições defensivas e recompor os suprimentos.

- Vocês tem munição antiaérea? - Uma alma apontou para uma metralhadora antiaérea não sendo usadas.

- Não. Não temos. - Layru respondeu. Angela verificou o que havia sobrado munição de metralhadoras.

- Só temos esta munição. - Ela mostrou aos outros.

- Tem um bunker por ali. - Uma alma apontou para uma direção distante de lá e mais próxima da montanha. Ao pé de um desfiladeiro íngreme, um bunker de madeira e terra. A sua metralhadora atirava de vez em quando. Inimigos tentavam alcançar esta posição.

Os três temeram, mas Dogo latiu para eles. Concordaram em se arriscar sobre o campo aberto para aquela posição. Correram o mais rápido que puderam, carregando a pesada munição. Pularam para dentro de um buraco. Foi uma posição defensiva, duas marcas escurecidas das silhuetas de onde almas desapareceram. Logo perceberam que um tiro de raspão no braço de Layru, outra bala tinha acertado o ombro de Resnor. Angela tentou espiar para fora. Balas a forçaram de volta. Ela colocou a mão sobre a cabeça. Sentia dor, mas nada de sangue. Layru e Resnor avisaram de um risco brilhando timidamente entre os fios de seu cabelo.

Layru e Resnor com medo, não sabiam o que fazer. Angela respirou fundo. Olhou em volta e pegou uma armadura vazia no chão. Resnor pegou um pano.

- Não custa tentar. - Ele diz. Uniram as coisas. Layru ajudou para jogar na direção oposta que eles correram.

Os tiros os seguiram, mas a metralhadora do bunker os protegeu. Chegaram e entregaram a munição ao único sobrevivente dos ocupantes do bunker. O tiro de canhão de um tanque destruiu parte do bunker. O sobrevivente perdeu parte do corpo, mas conseguiu proteger a metralhadora.

- Temos reforços vindo pela montanha… Tomem tempo para nós. - Ele disse, entregando a metralhadora. Ele se desfez em partículas de luz.

- Estamos chegando em cinco minutos! - Um rádio dentro do bunker confirmou.

- Devemos fazer isso. - Layru disse.

Eles se ajudam para preparar e apoiar a metralhadora no que sobrou da abertura do bunker. Angela segurou a munição que a metralhadora devorava. Ela encontrou um binóculo e usou para observar que não conseguiam acertar os monsros, mas evitavam que saíssem na pouca proteção que tinham.

O tanque inimigo próximo. Um inimigo ao lado, tinha uma roupa mais individualizada e enfeitada do que dos outros soldados. Talvez um oficial. Falava para uma coisa em seu ombro, devia ser um rádio. O canhão do tanque se movimentou. Um tiro. Angela viu o rápido objeto vindo. Atingiu ao lado do bunker.

- Precisamos de mais munição! - Resnor avisou, Angela preencheu a metralhadora.

Ela voltou a observar o oficial, distribuindo mais ordens. O tanque moveu o canhão. Angela esperou para o novo impacto. Resnor pediu mais munição. Ela o fez. Na longa distância ela viu a figura do oficial gesticulando forte em direção ao bunker. O tanque avançou, monsros ficaram atrás do tanque enquanto este avançava.

- Angela. Pode ver eles no binóculos?! - Layru pediu. Ela o fez. Monsros, mesmo com suas estranhas características, era possível identificar o cansaço exacerbado. Seus muitos olhos de aparência pesada. A boca sem lábios e de dentes compridos pareciam grunhir e ofegar. Similar as brânquias, em vez de narinas, respiravam profundamente. Determinados, venciam a exaustão para avançar. Alguns se apoiavam no tanque mesmo com a metralhadora atirando.

- Eles estão muito cansados.

- Devem ter avançado a noite toda para fechar o encurralamento. - Resnor pensou.

- É o último! - Angela avisou ao colocar a última corrente de munição.

A metralhadora atirou. O tanque continuava a avançar.

- Temos alguma coisa para o tanque? - Angela perguntou, ninguém encontrou nada no bunker. Nenhum explosivo. Nenhuma outra arma além da metralhadora.

O tanque parou. Os inimigos correram em direção ao bunker. Não se importando com a metralhadora. A munição acabou. Desmontaram a metralhadora para terem alguma coisa para bater. Se assustaram com um grito em uníssono, com um barulho de muitas pisadas. Uma grande multidão descia a montanha. Os monsros atiraram para cima e recuaram. Então a cavalaria chegou.

Muitos animais de diferentes tamanhos. Cavaleiros sobre cavalos, ursos, grande felinos e caninos, javalis e grande e rápidos répteis. Coquetéis-molotov e bombas sobre o tanque o destruíram. Os cavaleiros atacaram com espadas e lanças, outros usavam pistolas ou rifle. Ou a própria montaria atacava os monsros. Angela e os outros puderam ver a cavalaria demolir o ataque dos monsros. Um tanque ainda tinha munição. Havia animais demais. Recuou com os demais monsros.

- Nós conseguimos! - Resnor disse enquanto eles saiam e se uniram a outras almas. Angela testemunhou, pelo binóculos, o monsro oficial enfrentar um tigre com uma espada e tomou um grave ferimento, monsros o resgataram. Ele entregou algo e mais o rádio para uma monsra.

 Após um tempo, a cavalaria retornou após perseguir os monsros para posições protegidas por metralhadoras. Mais tanques e veículos vinham e pararam.

- Isso não é bom. - Uma soldada alma identificou entre os demais soldados.

Os aviões dos monsros, com duas turbinas na ponta das asas e formas pontiagudas, voltaram com mais bombas e munições. Um barulho aumentou de volume antes da explosão acontecer. Os bombardeios de artilharia multiplicaram pelo local.

Angela e os outros correram para encontrar um abrigo. Luzes muito fortes vinham vieram do horizonte escurecido em uma trajetória elíptica. Cargas de energia pesada e de plasma. As três almas e o cachorro se jogaram para dentro de um buraco. As enormes explosões e as tremendas ondas de ar naquela parte da cidade. Devastação, proteções obliteradas. As trincheiras e buracos mais fundos sobreviveram.

Os sobreviventes se levantaram e tentaram desenterrar qualquer sobrevivente que encontraram. Angela encontrou Dogo entre um monte de terra. Se uniram a Resnor e Layru. Os monsros voltaram a avançar com mais veículos. Helicópteros dos monsros vieram pela montanha.

Primeiro eram três helicópteros de ataque, distribuindo mísseis e tiros contra o solo e edifícios da cidade. Helicópteros de transporte seguiam logo atrás. Metralhadoras e rifles, mas não eram capazes de abater helicópteros e a munição acabava. Só restava fugir e recuar.

O grupo de Angela escapou de um helicóptero metralhando uma trincheira. Entraram num pequeno depósito quase enterrado. Vasculharam, tirando terra de dentro. Caixas de munição vazias. Um avião dos monsros soltou uma bomba. Explosão próxima. Resnor e Layru não sabiam o que fazer. Continuaram a tirar tudo dentro do depósito.

Angela tirou a terra de seus olhos e viu que uma caixa tinha um rádio. Testou e ainda funcionava.

- Alguém! Precisamos de ajuda! Precisamos de ajuda! Precisamos... - Ela atropelava as palavras. Respirou fundo e falou. - Estamos no lado oeste da cidade. Helicópteros estão nos matando. Precisamos de suporte contra estes helicópteros ou a cidade estará com os monsros. Qualquer um que possa nos ajudar. Venham o quanto antes.

- Piloto Airto aqui. Chego logo.

- Obrigada.

Dogo identificou algo no céu. O som de avião a jato diferente dos outros. O avião do piloto Airto mergulhou. Mísseis e rajadas de tiros abateram boa parte dos helicópteros de transporte. O avião deu a volta para suas metralhadoras derrubarem dois helicópteros de ataques.

As almas comemoraram. Outras perseguiram os dois helicópteros de transporte restantes para dificultar o desembarque de tropas.

- Tenho dois bandidos no meu seis. - O piloto avisou pelo rádio. Angela ouviu e o encontrou perseguido por dois aviões monsros. Tiros certeiros. Os gritos do piloto no rádio antes de somente estáticas. O avião em uma bola de fogo contra o solo.

- Não...

Gritos para as almas recuarem para a cidade. Angela carregou o rádio com a ajuda de Resnor e Layru. Ela pediu mais ajuda. Os veículos inimigos desembarcaram sua infantaria.

- Precisamos de um lugar seguro para continuarmos a pedir ajuda. - Layru apontou. Resnor avistou:

- Aquela casa branca! Tem soldados e parece ser bem resistente.

Uma grande casa de um andar, pintura branca e ainda com todas as paredes. Almas com armas de fogo montavam defesa. Elas apontaram para eles ficarem no andar superior. Trocavam as frequências do rádio e procuravam por qualquer ajuda possível. Acabaram interceptando uma transmissão.

- Confirmado. As transmissões estão vindo da casa branca. 2-2, atirem! - Entre chiados fortes, eles entenderam. Layru desligou o rádio.

- São os inimigos. Pensam que somos um ponto de comando. - Resnor entendeu.

Uma explosão contra uma parede. E mais outras. Tanques atiravam contra a casa. A infantaria avançou para assaltá-la, trocaram tiros com as almas.

- Não é mais seguro aqui? - Resnor disse.

- Não há mais nenhum lugar seguro. Para onde vamos? Só vamos atrair monsros para onde há refugiados fugindo. - Layru questionou.

- Vamos continuar aqui. Se eles se concentrarem aqui, não vão para o resto da cidade. - Angela calculou, ligando o rádio.

Eles faziam mais transmissões e chamadas. Parecia que a ofensiva dos monsros aumentava ao redor daquela casa. Pedaços das paredes caindo em escombros. O rádio precisou ser movido para outro cômodo. Ouviram combates no andar abaixo. Tiros e gritos, explosões de granada.

Os combates abaixo diminuíram, perdendo para outro barulho. Tremores. A casa não resistiu mais. Deslizaram entre os escombros para o andar abaixo. Angela ficou muito ferida. Viu Layru também muito ferida perto do rádio danificado. Resnor saindo dos escombros. A poeira como neblina espessa entre os escombros ainda caindo. Iluminação vermelha com faíscas elétricas, sobre uma forma arredondada que voou pelo ar e rolou pelo chão. Outras iluminações. Alguém gritou “Granada”. Reações diversas antes das explosões.

Angela tinha rolado pelo chão para se afastar de uma granada. Um escombro a protegeu de outra granada, exceto suas pernas. Múltiplos ferimentos brilhando branco em um lado de sua perna. Ela sentiu muita dor. Os ouvidos zumbindo. Resnor a puxou pelo braço. Ele dizia algo, mas ela não conseguia ouvir. A poeira se dissipava. Resnor pegou uma pistola no chão e disparou umas poucas vezes. Tiros o abateram. Ele tombou se desfazendo em partículas de luz. Dogo grunhiu. Angela fez um sinal para ele continuar atrás de um escombro. Dois monsros entrando nas ruínas daquele cômodo. Angela levantou as mãos para se render diante das armas apontadas para ela.

A monsra que assumiu o papel de oficial entrou logo atrás. Ordenou que seus subordinados capturassem Angela. Dois soldados a pegaram pelo braço. A oficial pegou Layru que estava próxima do rádio. Layru a atacou com pedaço de escombro escondido em sua mão. Entraram em uma briga. Um dos soldados soltou Angela para ajudar a oficial, quem tinha bastante dificuldade de tão exausta.

- Dogo, ataque! - Angela disse. Dogo saltou e mordeu o braço do soldado. Angela se libertou e mancou, pegou um pedaço de escombro. Layru conseguiu empurrar o soldado com o corpo. A oficial atirou contra Layru que se dissipou em luzes. Angela alcançou. A pedra na nuca da oficial e pegou o rádio da monsra.

- 2-2! Atirem na casa branca AGORA! - Angela gritou claramente no rádio.

A monsra a empurrou e se virou para o lado de fora. Explosões e ondas de choques. Poeira e escuridão.

Ela demorou a sair da inconsciência.

Angela ouviu Dogo chorar. Só via escuridão. Seu corpo se recusava a se mover, presa. Queria acariciá-lo. Não conseguia se mover. Outros barulhos. Vozes. Luz quando um escombro foi retirado.

- Um sobrevivente! Aqui!

Almas soldados, sujas e cansadas, mas animadas em encontra-la com vida. A tiraram dos destroços e a carregaram. Bastantes almas e veículos, todas cansadas e em movimento para dentro da cidade. Tanques diferentes dos tanques dos monsros, estes últimos se encontravam destruídos no local. Monsros como prisioneiros, andando em linha e vigiados. Aviões e helicópteros das almas sobrevoavam acima.

Deixaram Angela em um caminhão adaptado em hospital. Dogo pulou para o colo dela. Ela acariciou-o, sorrindo. Ela olhou em volta, no caminhão em movimento. O ruído alto chamou a atenção, a maioria apenas acompanhou onde cairia, outros ignoraram. Ela foi do grupo que acompanhou a bomba cair e detonar atrás de uns edifícios.

Ela pensou sobre o que aconteceu. Avistou muitas marcas de almas mortas, recebendo condolências de diferentes costumes de quem passava próximo. Muitos se sacrificaram para que este exército conseguir sobreviver e lutar outro dia para a paz no Paraíso. Almas e monsros tão cansados, sujos e roupas rasgadas. Ela estava desta forma também. Ela sobreviveu com o sacrifício dos outros ao seu redor. Ela quer retribuir, mesmo que ela não sobreviva de novo. Outra bomba de artilharia dos monsros demoliu uma casa do outro lado de uma praça.

- Nós conseguimos. - Ela disse a Dogo, lágrimas escorrendo. O caminhão se perdeu entre os muitos veículos e almas a pé em direção a Luz do Paraíso no horizonte azul. A artilharia de monsros tentando pará-los de vez em quando.

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