Crônicas do 2º Apocalipse - A Ponte Longe Demais

 Escrito por Renan Morgado

A cidade esbranquiçada pelas demolições e cinzas dos bombardeios diários. Outrora belos prédios de arquitetura detalhada e artística. O jovem se esgueirava na janela, prestando atenção no som de tiroteios. Se aproximavam. Aquelas criaturas, monsros, eram como demônios querendo matar ou escravizar a todos. Uma pequena menina se aproximou, ele entregou atenção. A garota mostrou um desenho de uma criança, um jovem e um adulto.

- Somos nós? - Ele perguntou.

- Não, era a minha família antes de eu acordar aqui. - Ela falou quem era quem no desenho. - Agora você desenha a sua família. - Ofereceu o papel e giz.

- Vocês são a minha família. - A resposta dele sorrindo, ela o abraçou. Ele olhou o adulto que retribuiu com um sorriso. Gritos. Comandos gritados do lado de fora. Ele se concentrou para fora. Eram ordens entre os tiros muito mais próximos. Do lado dele e do lado inimigo. - Não, não, não. Temos que sair daqui.

O adulto concordou ouvindo o perigo também:

A ponte fica três quadras daqui. O outro lado do rio deve estar mais seguro.

A única saída do porão era o alçapão. O jovem saiu primeiro, mesmo sobe os protestos do adulto, e esgueirou nas ruínas do prédio. Esquadrões de soldados almas em movimento para direção oposta a da ponte. Ele chamou os demais, o adulto levando a garota nos braços. Seguiram pela ruaAlmas armadas recuaram por uma ladeira abaixotomando posições. Monsros os perseguiram. Perigo e balas perdidas. O jovem, tomando a liderança, apontou para um beco. O caminho livre. Um tanque das almas demoliu a parede de um prédio, bloqueando a passagem deles.

- Por aqui! - O jovem derrubou uma porta com o corpo.

Tiro no peito do jovem. Um soldado alma entendeu logo o que fez nsala de cadeiras, sofás e armários. O jovem não acreditou no túnel em seu corpo disseminando a luz branca. O adulto e a garota se desesperaram. O soldado se aproximou querendo ajudar. Tiros o derrubaram, buracos brilhando em seu tórax. O jovem agiu rápido pegando uma cadeira. O monsro impediu a cadeira de atingir no rosto e empurrou. A alma soldado atirou do chão, com seu rifle, no invasor. A sua submetralhadora deste caiu. O jovem quebrou a cadeira no monsro, aplicou um soco e tentou empurra-lo. Estas criaturas são muito mais fortes. Ele o empurrou contra um armário e puxou a sua pistola. A criatura se distraiu com o choro da garota caída no chão. O adulto bateu com uma cadeira contra as costas do monsro. O soldado atirou com seu rifle mais uma vez. O adulto quebrou a cadeira na cabeça do inimigo jovem derrubou um armário sobre o monsro.

O soldado se desfez em partículas de luz, o seu contorno queimado no solo. O jovem falou para saírem logo, o adulto agarrou a garota e abandonaram o prédio antes do monsro conseguir se levantar com dificuldade.

As três almas pararam perto de uma rua. Os invasores ocupados com uma metralhadora pesada em um cruzamento, não conseguiam avançar. As três almas se esgueiraram entre escombros e barricadas. Os monsros tomavam proteção contra a metralhadora, um esquadrão resolveu empurrar um carro para se aproximarem. O adulto sussurrava no ouvido da garota para ele e ela se acalmarem, o jovem mexeu em sua roupa para esconder a luz, sentia muita dor e lutava para se manter consciente.

O monsro de outrora saiu do edifício, sentindo seus ferimentos. O jovem viu ele falar com uma comandante monsra e depois esta ordenou dois soldados para procurar e direcionou o monsro ferido para uma ambulância parada na retaguarda e protegida com uma barricada de um material estranho.

Esgueirando para evitar mais e mais a vista dos três inimigos os procurando em direção a retaguarda. As almas se aproximaram mais, Ficaram presos, o jovem não achava um caminho livre para continuar para uma rotatóriaSua mente queria vagar, o ferimento piorando, mas ele tinha certeza que a ponte estava lá. Na ambulância dos monsros parada enquanto um médico tratava uma monsra, esta se lamentava enquanto morria, ensopada de sangue dos seus grandes ferimentos. Uma cápsula orbital veio do céu. Pouso violento que derrubou a todosLasers mataram o médico e paciente. Os monsros revidaram antes de serem eliminados. Sangue e carnes espirrando entre as feridas queimadas. Os outros invasores, de equipamento futurista, enferrujados e de aparência de sucata, saíram da cápsula.

As três almas apenas correram em desespero e entraram numa loja de estrutura de plástico e carbono. Atravessaram-na para outra rua. Almas enfrentando um enorme grupo de robôs invasores, enferrujados e com bengalas ou andador improvisados. O jovem notou que a loja continuava para rotatória.

Vamos voltar! - Ele gritou e foram. - No chão! Vem!

Eles se rastejaram dentro da loja. Almas atiraram detrás de um balcão contra os lasers dos robôs. Os três civis no fogo-cruzado. Manequins e prateleiras estraçalhados. Almas virando luz e robôs se destroçando e caindo em faíscas e explosões diminutasUm monsros e um ser vivo invasor atravessaram uma janela de plástico e rolaram pelo chão. O ser vivo conseguiu aplicar socos no rosto. O monsro quebrou os dentes ao morder o soco. Se levantou e jogou o ser vivo contra o chão. O ser vivo usou sua tecnologia para pular empurrando o monsro contra o teto, e caíram para continuar a luta em outro canto da loja.

Os três continuaram e se levantaram para alcançar a rotatória. Barricadas e um tanque das almas defendiam a entrada da ponte. Outros refugiados chegavam enquanto a batalha continuavaO jovem pegou a mão do adulto para não se perderem entre as barricadas. Os tiros de balas e de lasers. Mortes em corpos tombando e . A cacofonia dos barulhos dos perigos por toda a parte. Mais confusão com a multidão de refugiados, os soldados os impedindo de passar pela ponte.

Sem opção pela frente, os três foram para um lado para tentar ter uma visão melhor da ponte. Vazia. Explosões controladas na estrutura da ponte. Sua demolição. O jovem e o adulto gritaram em negação e raiva. jovem andou de um lado para outro, piorando a tontura. O adulto o pegou pelo braço e a garota pediu para se acalmar.

Ele se sentou a beira do rio tentando não fechar os olhos. Manchas de óleo em chama percorriam pelo rio, espalhando fumaça e fedor. O adulto percebeu que os soldados e tanque tinham partido com os refugiados. Monsros vinham por todos os lados. O adulto e a garota temeram. O jovem gritou apontando para uma jangada improvisada com escombro de madeira. Isto partiu com refugiadosEles correram por uma escada. Monsros se aproximando e disparando.

Os três se jogaram na água enquanto os ocupantes da jangada os animavam para chegarem logo. Eles se jogaram na água. O jovem grunhindo para se manter consciente e focado em chegar na jangada e puxar o adulto que levava a garota nos braços. Inimigos atiraram, tentando deter-los. Uma alma oferecia um pedaço de madeira para eles enquanto outras tentava ziguezaguear entre as manhas de óleo em chamas. O jovem tentava alcançar. Ele ouviu o adulto gritar. Parou de nadar e olhou para trás. Um brilho no ombro do adulto. O adulto o empurrou para continuar.

Com o empurrão ele conseguiu alcançar a madeira enquanto puxava o adulto com a garota. As almas os ajudaram a subir e os remos improvisados começaram a impulsionar a jangada. O jovem em estado muito grave. Almas tentavam conseguir algo aplicando pressão sobre o ferimento e o incentivavam a se agarrar com a existência.

A cidade em chamas se distanciava no horizonte, demoraram mais para chegar a outra margem. Soldados os resgataram. O jovem levado imediatamente para atenção médica. Médicos tentando fazer tudo que podiam. Ele olhou para o lado vendo o adulto e a garota chorando e muito preocupados. Ele tinha conseguido. Apenas fez um grande sorriso e fechou os olhos. Desta vez, ele não morreria sozinho.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Diálogos - Resquícios de Felicidade